
A chuva fina cai e o frio não perdoa. De chinelo, camiseta e bermuda, o pescador Iguatemi Fontes, 63 anos, carinhosamente conhecido como Mirinho, acorda por volta das 7h como em todos os dias. Mas na manhã desta segunda-feira, sai de seu casebre, embaixo da ponte Hercílio Luz, apenas com um pensamento. Encontrar o maior número de caranguejos para garantir um almoço diferente. Mesmo assim, acredita ser tarde.
- Tem que chegar mais cedo, porque depois não tem mais nada. Uso apenas as garras do bicho. Todos sabem quando vai dar caranguejo. É melhor que a carne da lagosta, com certeza - afirma, dando risadas.
O simpático pescador garante que as garras crescem no máximo em dois meses e que inclusive alguns caranguejos já são usados há um bom tempo e possuem até nomes. Encontra a maioria debaixo das pesadas pedras que aparecem mais facilmente com a maré baixa:
- É a lua que faz isso com a maré. Então o jeito é saber a época certa e ter paciência para encontrar os caranguejos.
Acompanhado do Figueirinha, um vira-lata ciumento e bravo, tirava a garra apenas dos que tinham o tamanho ideal.
- Não adianta pescar os pequenos porque têm pouca carne. Temos que ter consciência e pegar apenas os maiores, caso contrário não teremos mais isto aqui neste paraíso - recomenda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário