23 maio 2011

Ingleses cerca 1,3 mil tainhas


O saragaço começou. A frase dita por um pescador durante o cerco de tainha no canto sul da praia dos Ingleses, no norte da ilha de Florianópolis, na manhã de ontem, demonstra a felicidade dos profissionais do mar. O saragaço na linguagem dos pescadores é usada quando existe a correria para a captura de peixes.

O olheiro avisou o pessoal que tomava café e consertava redes no barracão. A agilidade no cerco e a tradição resultam na rapidez da captura e em dividir os peixes na beira da praia. Há mais de 100 anos feita da mesma forma é acompanhada por turistas e moradores locais. A maioria não entende a forma como é capturada. Como a paulista Angela Ramos, 55 anos, moradora da praia dos Ingleses. Aproveitou a oportunidade para levar para casa algumas tainhas. _Adoro comer peixe com pirão como eles fazem aqui. Adoro e não perco uma manhã. Hoje dei sorte e consegui_.

Os 1,3 mil peixes foram divididos entre o dono da embarcação com mais de 100 anos e com os 24 profissionais que fizeram o cerco. A comunidade levou uma parte. _O olheiro avistou o cardume e nos avisou por rádio. Imediatamente colocamos o barco na água e fomos em busca. Foi pouco mas já é um belo inicio de safra_ afirma humildemente José Generoso da Silva, 67 anos e pescador desde quando estava na barriga de sua mãe.

Afirma ter menos peixes de quando começou a pescar. A garantia de existência da pesca artesanal para ele é uma maior fiscalização das autoridades competentes. _Antigamente um barco do Ibama ficava aqui nos Ingleses durante a época da pesca da tainha. Fiscalizava as praias da região e mantinha um limite para a pesca industrial. Antigamente tínhamos muito menos barcos do que hoje. Se não impor um limite os peixes irão acabar_.

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